Por Samih Zakzak
Ainda hoje, várias pessoas consideram o poker um jogo de azar. Muitas dessas impressões podem estar relacionados com o envolvimento de cartas e as apostas recíprocas entre os jogadores.
De acordo com o artigo 50 do decreto lei 3.688/41, um jogo de azar é aquele “em que o ganho e a perda dependem exclusiva ou principalmente da sorte”. Isso só reforça que o poker não deve ser considerado assim, pois as habilidades do jogador fazem diferença. Seja pelo entendimento das regras, controle emocional ou pela capacidade de percepção do adversário. São exemplos de pontos mais importantes que, simplesmente, a sorte.
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O poker, em sua definição, é um jogo de cartas, disputado em várias modalidades, sempre com duas ou mais pessoas. De acordo com o sócio do Poker do Capita, sede da Associação Anapolina de Poker, Rodrigo Beirigo, requer disciplina e muita dedicação.
Os esportes da mente são atividades que exigem uma concentração mental mais elevada, corpos preparados, raciocínio lógico e autocontrole. Todos os jogos da mente que possuem competição, com regras regulamentadas por uma federação ou confederação, que envolve o domínio de uma determinada expertise, são esportes.
Explosão da modalidade
O esporte passou, em 2003, por um boom – ocorrido quando o amador Chris Moneymaker conseguiu ganhar mais de dois milhões de dólares investindo apenas 39. De quebra, se tornou campeão mundial por conseqüência. Isso impulsionou de vez os olhos do Mundo para os vários torneios realizados na época em que sequer era considerado um jogo mental. De lá pra cá, com o aumento dos jogadores e com a definição de esporte da mente – conquistada em 2009 junto a International Mind Games Association (IMSA) – o poker simplesmente não parou de crescer.
De acordo com a Confederação Brasileira de Texas Hold’em, o número de jogadores ultrapassa os quatro milhões, seja nos feltros virtuais ou nos vários torneios que ocorrem pelo país, que exibem da mais preparada estrutura. Situação contrária da mostrada na atual novela das nove, A Força do Querer, onde uma das personagens – Silvana, interpretada por Lilian Cabral – é envolvida com vários jogos. Dentre eles, o esporte da mente e frequentemente visita cassinos clandestinos, com situações precárias e alarmantes.
Uelton Lima, presidente da CBTH, confirmou que as cenas retratadas na ficção são bem diferentes da realidade atual no país. “Essa visão que algumas pessoas ainda têm, que o poker acontece em uma sala esfumaçada, que as pessoas vão ficar devendo para pagar depois, que o cara vai entregar um apartamento, que vai vender um carro para pagar, isso não é realidade do poker no país”.
No Estado de Goiás
Pouca coisa muda quando se fala do poker goiano. Isso porque Goiás sempre foi um dos principais estados para o fortalecimento da modalidade no país. Sempre forneceu bons jogadores, como João “Bauer” – campeão brasileiro em 2015. O que faltava para a região era, principalmente, a credibilidade de seus investidores, afirma Beirigo.
Beirigo também declarou que, após o futebol, o poker talvez seja o esporte que mais têm crescido entre os brasileiros. E que esse crescimento vai fomentar a projeção que esse jogo da mente merece.
Caldas Novas recebeu etapa da Liga Centro-Oeste neste ano
Caso ainda restem dúvidas sobre o potencial crescimento do esporte em Goiás, vale ressaltar mais alguns dados. Na quarta etapa do Campeonato Goiano 2017, realizada no dia 18/09, foram 652 entradas feitas pelos jogadores. Para se ter ideia, na 7ª etapa do mesmo campeonato no ano passado, foram apenas 241 entradas.
