A situação envolvendo o técnico Marcelo Cabo e seu sumiço é algo muito mais complexo do que algumas pessoas imaginam. Experiente no futebol e na vida, o treinador acabou cometendo um ‘deslize’ com o clube e também com sua família. Talvez pela seriedade sempre demonstrada por ele, esse caso tenha nos assustado tanto. Marcelo se emocionava sempre que falava da família, e na questão profissional, mesmo quando esteve meio adoentado por conta de uma forte gripe, compareceu em todos os treinamentos ao longo desses 8 meses no Atlético.
O erro cometido pelo treinador, que após quase 40 horas de sumiço foi encontrado em um motel na região metropolitana de Goiânia, apesar de ser algo complexo poderia ser perdoado, mas a tendência é que não seja. O Atlético ainda não se pronunciou de forma oficial a respeito do que teria acontecido para o desaparecimento de Marcelo, mas relacionando os fatos já se imagina com o que ele tenha se envolvido. E como vem dizendo Adson Batista, diretor de futebol e vice presidente do Atlético, a marca do clube foi muito exposta em cenário nacional e até mundial de forma negativa com toda essa situação.
A diretoria atleticana continua discursando com cautela sobre sobre esse assunto, mas nos bastidores a demissão do técnico Marcelo Cabo vem ganhando força a cada novidade encontrada. Me recordo que em 2013, por ter chegado visivelmente embriagado para ministrar um treinamento, o técnico Waldemar Lemos acabou sendo demitido por Adson Batista. Recentemente percebemos o técnico Gilberto Pereira, que se manteve invicto como treinador do Atlético por quase 20 rodadas na série B de 2015, ser retirado do cargo de treinador por ter perdido o comando sobre os atletas.
O fato de ter exposto o clube nessa situação que envolveu várias pessoas da Polícia Militar, Polícia Civil e veículos de comunicação de todo o país por conta de um problema pessoal do treinador, pesará bastante na decisão do clube de manter ou não Marcelo como treinador do Atlético. Outro fator que influenciará é a ausência do técnico em três trabalhos que já foram realizados essa semana. Preocupado com essa situação, o auxiliar de Marcelo, Rodolfo Oliveira, não vem participando integralmente das atividades nesse início de semana, sendo João Paulo Sanches o comandante interino.
Penso que Adson Batista acertadamente irá demitir o treinador, caso ele mesmo não peça demissão. Seria a única forma de tentar apagar essa mancha gerada na imagem do clube durante esses dois últimos dias. Manter Marcelo Cabo no comando seria como dar um tiro no próprio pé, por se tratar de um problema de comportamento. Já vivenciamos no próprio Atlético, casos em que jogadores desapareceram sem dar satisfação, e logo após esses fatos o próprio Adson Batista sempre afirmou que pessoas assim não eram confiáveis, e que sendo assim não serviriam para o Dragão.
Como o diretor de futebol e vice presidente do Atlético costuma ser coerente em suas decisões, acredito que hoje se encerra o ciclo vitorioso de Marcelo Cabo pelo Atlético, com 38 jogos, sendo 22 vitórias, 10 empates, apenas 6 derrotas e conquistando o maior título da história do clube. Infelizmente o treinador sairá do Atlético por baixo, e não da forma que mereceria. Apesar de tudo, torço por Marcelo Cabo, que sempre foi muito atencioso e respeitador. Que consiga se reerguer como profissional, mesmo sabendo que isso levará tempo, paciência e muita dedicação.
Sobre a sequência das histórias, todos os lados saem perdendo. O Atlético precisará conseguir encontrar um novo comando, agora com um time praticamente montado e já na véspera do Goianão; Marcelo Cabo precisará se reencontrar como pessoa, para depois dar sequência a sua carreira de treinador; e a família do técnico que está em choque com toda essa situação negativa, e precisará saber administrar tudo, para que eles e o próprio Marcelo não se percam de vez.
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