Desde o mês de março, as categorias de base das equipes em Goiás estão sem realizar nenhuma atividade em campo, devido a suspensão das competições pela Federação Goiana de Futebol (FGF) devido a pandemia de Covid-19. Contudo, com a definição do calendário nacional, cresceu a expectativa pelo retorno.
O Esporte Goiano fez um levantamento com todas as equipes da Região Metropolitana de Goiânia e do interior para acompanhar a movimentação para uma eventual retomada. Os clubes participantes são: Desportivo Real, Hidrolandense, Independente de Rio Verde, Itumbiara, Trindade e Vianópolis.
Especial Categorias de Base:
Anapolina espera sinalização da FGF para marcar retorno da base
Atlético-GO trata com cautela retorno das categorias de base
Goiânia aguarda definição da FGF para retomar atividades da base
Goiás aguarda definição da CBF para retornar com as atividade da base
Vila Nova programa retorno da base para o início de agosto
DESPORTIVO REAL
A equipe de Senador Canedo iria atuar em duas categorias na base em 2020, a sub-13 e sub-15. Os atletas atualmente fazem atividades em casa e foram liberados para treinar com algum personal trainer de escolha. Além das atividades em domicílio, os jogadores mantêm contato com os respectivos técnicos via videoconferência.
Segundo o diretor da base, Tales Kanu, a retomadas das atividades com as equipes sub-13 e sub-15 depende do profissional.
“Eu acredito que só depois de ver o profissional em andamento. Até agora só tivemos o Carioca, o Catarinense e o Cearense, mas ainda não tivemos muita segurança, foram poucos jogos. Nós vamos ver essa situação quando voltar o Brasileiro: Série A e B. Então não tem como, é de cima para baixo. Meu único medo é não conseguir essa vacina até setembro, pois iria ficar difícil de termos competições. Podemos nos reunir para ter treinamentos, mas para ter competição é mais complicado, principalmente nos protocolos que os profissionais vêm seguindo. As equipes de base não possuem condição financeira de seguir. Eu acho muito difícil, mas temos um pouco de esperança”, relatou.
HIDROLANDENSE
O Hidrolandense iria disputar a categoria sub-17 em 2020, mas realizou apenas uma partida até então. O time foi derrotado pelo Goiás na estreia, por 3×1, em jogo realizado na Serrinha. Desde então, devido à paralisação, as atividades estão suspensas.
Para o diretor-geral das categorias de base, Betinho, é muito difícil pensar em retomada ainda este ano. Contudo, ele torce para o retorno.
“Eu acredito que não volta. A FGF não divulga nada e nem fala nada com a gente. Já tem três meses que não mandam nada para gente. Então acredito que não volte, pois não temos respaldo de nada. Queremos muito o retorno, pois o que mais prego é que os meninos irão perder o ano, e acabou. Até propus um sub-18 ano que vem para aproveitar o sub-17 deste ano. Então não sei o que vai acontecer. Penso que irá ficar do jeito que está”, opinou.
INDEPENDENTE DE RIO VERDE
O Independente segue os mesmos passos do Desportivo Real. O clube do sudoeste goiano iria disputar as categorias sub-13, sub-15 e sub-17 da segunda divisão, mas sequer chegou a entrar em campo. O clube está em uma das cidades que foram mais afetadas pela Covid-19 no estado. O município de Rio Verde, segundo dados da Secretaria Estadual de Saúde de Goiás (SES-GO), possui mais de 5.300 casos confirmados de contaminação por Covid-19.
De acordo com o diretor de futebol, Washington Luis, desde o mês de março, quando foi decretada a quarentena pela prefeitura, o clube não realiza nenhuma atividade. Os atletas foram liberados para treinar em casa. O dirigente ressaltou que a comunicação da equipe com os atletas foi pouca, pois muitos jogadores moram ou estão em regiões com pouco acesso à internet.
Para Washington, retomar o futebol em Rio Verde neste ano é difícil, uma vez que a cidade só perde para Goiânia em número de casos de Covid-19.
“O retorno para Rio Verde ainda é muito cedo. Vamos ter um novo decreto municipal nessa semana e tudo vai depender do prefeito. Na terça (14) tivemos o decreto estadual, no qual o governador Caiado apresentou as normas, que liberaram algumas atividades em praças esportivas, mas para escola de iniciação esportiva não houve liberação. Então, acredito que o prefeito nesse novo decreto vai seguir as orientações do governador. Eu acho muito difícil. Aqui em Rio Verde, a situação ainda não esta controlada. É algo arriscado, tenho minhas dúvidas se os pais vão deixar os meus atletas voltarem para o clube e retomar as atividades. Eu falo com alguns pais aqui, que dia oito de agosto as aulas estariam voltando as aulas nas escolas, e os próprios pais não estão de acordo em deixar os filhos voltarem a estudar. Então agora no momento eu acho que esta muito complicado para Rio Verde”, declarou.
ITUMBIARA
Em 2019, o Itumbiara passou por uma série de mudanças a começar pela direção do clube: um grupo de investidores da empresa Soccer Stars assumiu a gestão do clube. O Gigante do Vale que trabalha com as categorias sub-17 e sub-20 nas divisões de base, conquistou na última temporada o título da Taça Mané Garrincha da 2ª divisão, no sub-17 e o vice-campeonato da Copa Goiás da 2ª divisão, no sub-20.
Na atual temporada, o Itumbiara deu início a disputa da 1ª divisão do Campeonato Goiano das categorias sub-17 e sub-20.
De acordo com o diretor-executivo Neto Caffer, as atividades das categorias de base do Gigante do Vale estão paralisadas desde o início da pandemia e o clube está aguardando um posicionamento da FGF para retomar os treinamentos. A previsão é que a federação deva se reunir com os clubes no início do mês de agosto para discutir uma retomada das competições de base. Porém, o Itumbiara sabe que este processo será mais complicado que no profissional.
Neste período, os atletas do sub-20 estão seguindo o mesmo esquema de monitoramento adotado pela comissão técnica da equipe profissional tricolor. Jogadores do elenco sub-17 também estão sendo monitorados, mas por meio de grupos do WhatsApp, com envio dos treinamentos diários.
Caffer ressaltou ainda o clube está monitorando a situação dos atletas junto a suas famílias: “Os atletas do base foram todos para casa e recebem o apoio de seus familiares. É lógico que o clube vem monitorando a situação de todos e está à disposição não só dos atletas, mas como de seus familiares. Não temos uma ajuda específica para cada atleta, mas estamos conversando com as famílias e na medida do possível vamos colaborando com o que podemos”, declarou.
O diretor também explicou o trabalho da Soccer Stars nas categorias de base do Itumbiara.
VIANÓPOLIS
O Clube Atlético Vianópolis nasceu em janeiro de 2019, com investimentos dos empresários Adriano Martins e Wedson Borges. A equipe conta apenas com a categoria sub-17 e, já no ano passado, levantou o caneco em sua estreia no Campeonato Goiano da 2ª divisão.
Na atual temporada, o Vianópolis deu início a disputa da 1ª divisão do Campeonato Goiano da categoria sub-17. O presidente executivo Wedson Borges explicou que uma retomada já está em planejamento.
“Em primeiro momento, as atividades seguem paradas desde o início da pandemia. Com a atual flexibilização do isolamento social pelo governo estadual, vamos iniciar uma conversa com os órgãos de saúde do município para a volta das atividades”, declarou.
De acordo com Borges, o clube já está adotando os cuidados necessários para a retomada dos trabalhos, com a criação de protocolos para os alojamentos e atividades em campo com os atletas.
Nesse período, os jogadores das categorias de base do Vianópolis estão sendo acompanhados pela comissão técnica, com a realização de um trabalho pela internet via WhatsApp. O presidente não informou à reportagem do EG, se o clube está prestando algum tipo de suporte seja financeiro ou material aos atletas.
TRINDADE
A temporada de 2019 do Trindade foi de consolidação da equipe como uma das potências das categorias de base do estado. O time sub-17 conquistou os títulos do Campeonato Goiano da 1ª divisão e da Taça Mané Garrincha da 1ª divisão; enquanto o time sub-20 foi vice-campeão estadual da 1ª divisão.
Na atual temporada, o Tacão deu início a disputa da 1ª divisão do Campeonato Goiano das categorias sub-17 e sub-20. O presidente executivo Eleograce Alves da Silva revelou que, apesar da paralisação, há um acompanhamento virtual com os atletas.
“Não estamos tendo atividades no clube com os atletas. Eles estão treinando em casa com acompanhamento virtual da comissão técnica. Realizando atividades direcionadas, com treinos três vezes na semana com duração de uma hora, conforme o planejamento realizado pela comissão técnica”, declarou.
Ainda não existe previsão para o retorno das atividades presenciais com os jogadores dos elencos sub-17 e sub-20, porém o clube está se preparando para uma possível retomada em breve.
“Temos nos preparado com planejamento e trabalho muito profissional, sempre respeitando a história e identidade do Trindade. Dessa maneira, acreditamos que vamos conseguir reiniciar e dar sequência em nosso trabalho de formação”, disse o presidente do Trindade.
Alves relatou que, durante esse período de pandemia e paralisação das competições, o clube perdeu todos os patrocínios, com exceção da empresa Mackolor, que fornece a tinta para pinturas dos patrimônios do time. Segundo o mandatário, o Trindade não está prestando nenhum tipo de suporte seja financeiro ou material aos atletas, pois “a maior parte dos atletas não mora no município e o clube não tem condições financeiras para ajudá-los”, afirmou.
Acompanhe o EG também nas redes sociais: Facebook, Twitter, Instagram e Youtube.