Nascido em São Mateus, no Espírito Santo, Alair Rocha é um “capixaba goiano”. Aos 40 anos, tem o esporte como paixão. Atleta do Tiro com Arco, ele sonha alto: quer disputar títulos nacionais e participar de uma Paralímpiada.
Cadeirante desde quando sofreu um acidente de carro, Alair Jorge da Rocha passou por uma mudança de modalidade. No início de 2018, trocou o tênis de mesa pelo arco. “Conheci através da Jane (Karla) Gurgel, que também era do tênis de mesa e veio para o tiro com arco, onde se deu muito bem. Ela me convidou, fiz o teste com ela e me adaptei, então estamos aqui até hoje”, relembra.
Único competidor na categoria ARW 2 no Campeonato Goiano, o arqueiro conquistou o título estadual Indoor. Nos últimos meses, disputou também torneios internacionais.
“Fiquei em terceiro lugar no Campeonato Brasileiro, conseguindo vaga no Pan da Colômbia. Nesse evento (realizado em 2019), terminamos em terceiro lugar por equipes. Na seletiva do Brasileiro para a competição na Holanda, fiquei na segunda posição. Estou evoluindo e minha busca é o topo”.
Sonhando alto
Treinando seis dias por semana, cerca de três por dia, Alair Rocha definiu seus objetivos na modalidade: marcar seu nome, com conquistas e grandes eventos.
“Meu objetivo é chegar nas Paralímpiadas. Para isso, tenho de buscar as vagas no Brasil, os primeiros lugares. Acredito que estou no caminho. Não é fácil chegar, pois é um esporte cansativo, que exige concentração. Sinto que estou evoluindo, que estou chegando e não estou muito atrás dos que estão lá em cima. Tem de treinar muito. Concentração, manter o foco, no que está pensando e onde quer chegar. Quero chegar no topo mais alto, pelo menos do Brasil. Quero o primeiro lugar”.
Entendendo a modalidade
O tiro com Arco paralímpico é dividido em três categorias: ARST, ARW 1 e ARW 2. Na primeira, a arquearia é feita em pé (ou com os pés apoiados no chão), contemplando atletas que não apresentam nenhum grau de comprometimento nos braços.
No ARW 1 (Archery on Wheelchair, arquearia na cadeira de rodas), os atletas têm tetraplegia (comprometimento da mobilidade ou amputação nos dois braços e pernas). Na ARW 2, os participantes são paraplégicos, com perda de mobilidade das pernas, que utilizam suas cadeira de rodas do dia-a-dia para praticarem o esporte.