Retrospectiva Vila Nova: Aproveitamento pífio em casa e desorganização culminam em rebaixamento

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Foto: Douglas Monteiro/Vila Nova FC
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O Vila Nova inaugurou 2019 com grandes esperanças. Depois de dois anos sendo um dos fortes candidatos ao acesso, o Tigrão apostava que chegaria à Série A, voltaria a conquistar o Goianão e iria longe na Copa do Brasil. Nenhuma dessas coisas aconteceu, e o torcedor termina o ano amargando o quarto rebaixamento do clube à Série C na era dos pontos corridos.

Ainda em 2018, a diretoria anunciou orgulhosa a contratação do experiente e vitorioso meia Danilo, que brilhou no rival Goiás, como presente de Natal. Não deu certo, e a vinda do meio-campista foi uma entre tantas que fracassaram na temporada.

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Para se ter ideia de como a montagem do elenco foi mal-sucedida, o time passou por uma total reformulação dentro do ano. Na comparação do time que terminou o Goianão para a equipe que encerrou a Série B, apenas Rafael Santos, Wesley Matos, Gastón Filgueira, Elias e Capixaba tiveram minutos relevantes. Alan Mineiro, que também tinha papel importante, se lesionou. O restante ou caiu no ostracismo ou deixou o clube.

As constantes mudanças no comando técnico também atrapalharam. Foram cinco treinadores, contando com o interino Rafael Toledo. O primeiro de 2019 foi Umberto Louzer, que saiu do OBA para ir ao Coritiba ainda no início do ano. Seu substituto foi Eduardo Baptista, que não resistiu ao início ruim no Brasileiro e à eliminação na Copa do Brasil. Pós-Copa América, a diretoria trouxe Marcelo Cabo, demitido após 17 jogos. O interino Rafael Toledo ainda dirigiu a equipe por três partidas até a chegada de Itamar Schulle, que fechou o ano com nove duelos e nenhuma vitória.

No meio de toda a impermanência no elenco e na comissão técnica, a política colorada também estava em fervilhando. O mau momento deu força à oposição, que ganhou a cabeça do então diretor de futebol Sidiclei Menezes, muito criticado pela torcida. Quem assumiu a pasta foi Hugo Jorge Bravo, que será aclamado presidente do clube na quarta-feira (4).

Frustrações

Os primeiros objetivos do ano não foram atingidos pelo Vila Nova. O Tigre tentava, depois de 14 anos, retomar o título goiano. Os colorados pararam nas semifinais, eliminados pelo Atlético. Nas quartas, o time então comandado por Eduardo Baptista sofreu muito para passar pelo Crac.

Na Copa do Brasil, as coisas correram bem, mas uma eliminação inesperada destruiu o clima no OBA. Com dificuldades, passando por Manaus e URT no sufoco, o Tigre foi à quarta fase depois de superar o Bragantino-PA. Os goianos tinham tudo para ir às oitavas, mas pararam no Juventude, com um revés nos pênaltis diante de um Serra Dourada lotado de camisetas vermelhas, após dois empates em 0 a 0.

Desempenho pífio em casa

Em 2017 e 2018, o retrospecto ruim em casa impediu os acessos do Vila Nova. Neste ano, o desempenho que já era ruim piorou e afundou o clube. Foram 29 jogos como mandante, com apenas seis vitórias e 39% de aproveitamento. Na Série B, o Tigre teve a façanha de vencer apenas um dos 19 jogos em casa. Pior mandante da Segundona, o time colorado obteve apenas 26,3% dos pontos que disputou como anfitrião.

O dado ainda piora quando se leva em conta apenas duelos no Serra Dourada. No maior palco do futebol goiano, foram 16 partidas, com apenas uma vitória, além de 11 empates e quatro derrotas.

Vila como mandante em 2019

29 jogos – seis vitórias, 16 empates e sete derrotas – 39,08% de aproveitamento
26 gols marcados, 26 gols sofridos – saldo de 0 gols
No Serra Dourada – 16 jogos – uma vitória, 11 empates e quatro derrotas – 29,1% de aproveitamento
No Olímpico – 8 jogos – três vitórias, três empates e duas derrotas – 50% de aproveitamento
No OBA – 5 jogos – duas vitórias, dois empates e uma derrota – 53,3% de aproveitamento

Vitórias coloradas em casa
– Serra Dourada: Aparecidense (1×0)
– OBA: Crac (3×0), Anapolina (3×2)
– Olímpico: Crac (2×0), Bragantino-PA (2×0), São Bento (1×0)

Ataque decepciona novamente

Problema crônico em 2018, o ataque voltou a falhar. Em 60 jogos nesta temporada, o Vila marcou apenas 52 gols, média inferior a um por partida. Em 23 duelos a equipe colorada não conseguiu balançar as redes. Os números dos atacantes foram sofríveis. O goleador foi o meia Alan Mineiro, que fez 13 gols. Na Série B, o camisa 10 e Neto Moura, que deixou o OBA no meio do ano, foram os artilheiros da equipe, com apenas três gols cada.

Números do Vila Nova nesta temporada

60 jogos – aproveitamento de 38,33%
14 vitórias
27 empates
19 derrotas
52 gols marcados
61 gols sofridos

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