Acabar com a zona de conforto. Segundo Hélio dos Anjos, fora a parte tática, este será o principal foco de sua sexta passagem no clube esmeraldino. De acordo com o novo comandante alviverde, a situação crítica que o Verde vive hoje se deve ao comodismo, não apenas dos atletas, mas de todos envolvidos com o futebol.
– Não só os jogadores. O staff, os funcionários, todos passaram um ano na zona de conforto. É fundamental tirar o futebol do Goiás da zona de conforto. O jogador tem que entender que a grandeza do Goiás está acima de todos nós. Não adianta a pessoa achar que tem contrato garantido, o funcionário achar que tem emprego garantido. A zona de conforto traz problemas porque o reflexo é o campo. Temos que oferecer condições para os jogadores saírem da zona de conforto. Vamos questionar os jogadores, mas também temos que nos questionar – afirmou o técnico em sua coletiva de apresentação.
Se fora de campo o trabalho já será árduo, dentro das quatro linhas a tarefa tende a ser ainda mais complicada para Hélio dos Anjos. O time não vence há sete partidas e quase dois meses. O resultado da sequência foi a entrada na zona de rebaixamento e a sexta troca no comando técnico. Questionado sobre a diferença para os treinadores anteriores, Hélio reiterou a história no clube. “Eu tenho minha característica de trabalho, meu jeito de ser. Tenho um know-how adquirido com mais de 30 anos de futebol. Tenho ao meu favor o ambiente, um clube maravilhoso e amigos”, destacou.
Com o aval do passado, Hélio quer fazer a equipe, com o retorno do bom futebol, reconquistar a torcida.
– Quero fazer com que os jogadores e, principalmente a torcida, fiquem ao meu favor. (A torcida) Está arrebentada, chateada, devido ao nosso comportamento. O que eu espero implantar é, dentro das condições de cinco dias de treino, aquilo que eu penso ser o melhor para o Goiás. Se o melhor for ser um time de estruturas táticas totalmente diferentes do que foi até agora, assim vai ser. Temos que criar uma identidade de equipe. Não temos essa identidade e isso traz reflexos dentro do campo – ponderou.
Emoção
Se tem um fator que conta a favor do técnico é a identificação com clube. Talvez por isso a diretoria tenha optado por Hélio no pior momento da história esmeraldino. Mesmo depois de tantas passagens pela Serrinha, o comandante ainda se emociona.
– Eu sempre me emociono quando venho para cá. Eu gosto daqui, gosto desse clube, gosto das pessoas daqui. O Goiás não tem dúvida nenhuma comigo. Tudo que eu ofereci para o Goiás, o clube me deu de retorno. O mínimo que tenho que fazer é trabalhar muito mais do que já trabalhei aqui para fazer o Goiás sair dessa posição incômoda que é estar na terceira divisão – respondeu fervorosamente.