A Associação de Basquete de Anápolis (ABA) sonha em viabilizar a participação no Campeonato Brasileiro de 2024. A direção da equipe corre contra o tempo, uma vez que as inscrições foram abertas pela Confederação Brasileira de Basketball (CBB) nesta quarta-feira (22), com custo de R$ 15 mil.
Somente para bancar a estrutura básica, como a montagem do elenco, alimentação, estadia, viagens, o custo mínimo estimado de uma participação no nacional fica na casa dos R$ 500 mil. Para conseguir este valor, o responsável pela ABA, Moisés da Silva, aposta na Lei de Incentivo ao Esporte.
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A legislação federal prevê que as empresas tributadas com base no Lucro Real podem patrocinar projetos devidamente aprovados em todo território nacional. A partir disso, companhias que colaboram com o esporte podem deduzir parte do seu Imposto de Renda, com base 15%, e destinar até 2% do imposto devido para projetos esportivos de sua escolha.
A ABA já tem um projeto aprovado, sob a nomenclatura Construindo o Futuro. Por ele, a associação tenta angariar o valor de R$ 506.094,88, o mínimo estimado para participar do Campeonato Brasileiro da 2ª divisão em 2024.
Nele, está previsto um público beneficiário de 150 pessoas, com 130 crianças e adolescentes e 20 adultos. O objetivo, conforme o texto, é “estabelecer na cidade de Anápolis uma equipe masculina de basquetebol, levando uma mensagem que transmita as crianças e jovens e adultos a vontade de praticarem ou prestigiarem o esporte e também inserir a cidade no cenário de competições de alto rendimento em nível nacional.”
O Construindo Campeões se propõe a atender crianças e adolescentes na base, nas categorias sub-13, sub-15, sub-17, sub-19 e sub-22, além do adulto, “com o anseio de manutenção e aperfeiçoamento de equipes de treinamento em basquetebol, passando a oferecer, de forma consistente e sob gestão profissional e qualificada, treinamento especializado em basquetebol gratuitamente, além de treinamentos que serão ministrados por professores de Educação Física.”
O cronograma do projeto prevê a participação em, pelo menos, duas competições nacionais e uma estadual. O valor arrecadado seria utilizado pagamento de taxas, arbitragem e inscrição para as competições da equipe.
“Este investimento trará benefícios diretos aos atletas e aos profissionais que estão em evidência nacional. O projeto buscará capacitar seus atletas para que alcancem um elevado grau de qualificação no âmbito esportivo. O seu desenvolvimento individual contribuirá para os resultados da equipe, compreende-se que os atletas se desenvolvendo dentro do projeto terão benefícios como melhora da qualidade de vida, melhora do rendimento e outros aspectos inerentes a prática esportiva. Desse modo pretendemos oportunizar a participação em pelo menos uma competição estadual e duas nacionais”, descreve.
A ABA é uma entidade sem fins lucrativos e criada por Moisés da Silva, paulista que chegou a Anápolis em 2005 e se tornou um dos patronos do esporte no município. A equipe já conquistou diversos títulos estaduais, mas, sem apoio, viu reduzir o número de crianças atendidas e, por consequência, também ficou de fora de importantes torneios nacionais.
Moisés destaca o trabalho de formação que a agremiação executa há quase 20 anos e ressalta que a participação em competições de alto rendimento contribui para alavancar o esporte. “Formamos muitos atletas. Muitos, inclusive, viraram professores de educação física. É importante não só para Anápolis, mas para Goiás. A ABA seria a única representante de Goiás a jogar um nacional. Queremos muito o apoio dos empresários de Goiás para jogar esse campeonato. Essa é a nossa busca”, disse.
O treinador já disputou três campeonatos nacionais em Anápolis, com destaque para a Liga de Desenvolvimento do Basquete (LDB). Em 2020, ano que se iniciou a pandemia de Covid-19, ele comandaria o Basquete Anapolino no Brasileirão. Contudo, o torneio foi cancelado pela CBB por conta da emergência sanitária.
No ano seguinte, o Vultures representou a cidade no nacional, mas precisou desistir depois de ter avançado à fase final por falta de recursos. Hoje, a equipe participa apenas de torneios amadores.
Moisés afirma que, para viabilizar a participação, o apoio do setor privado é crucial, ou a ABA não terá meios para financiar toda a estrutura. “São muitas coisas. Somente nas viagens vamos gastar, na média, R$ 50 mil, mas pode ser um valor maior. Precisamos de bolas, material esportivo, moradia, toda a comissão técnica”, frisa.
A CBB ainda não divulgou como planeja o Brasileiro de Basquete da 2ª divisão, mas o prazo para o pagamento das inscrições já está aberto. Tradicionalmente, o torneio é repleto de equipes das regiões Sul e Sudeste.