O Campeonato Goiano completa nesta quarta-feira (15) um mês sem partidas. A suspensão do torneio foi anunciada pela Federação Goiana de Futebol (FGF) no dia 17 de março, mas a última rodada que teve bola rolando foi realizada nos dias 14 e 15 de março.
O Atlético liderava o Goianão e vinha numa ascendente e havia conquistado 13 dos últimos 15 pontos que disputou. O Dragão foi à paralisação como líder isolado, com 23 pontos. Para confirmar a soberania, duas rodadas antes da suspensão do Estadual, os rubro-negros golearam o até então líder Jaraguá por 5 a 0 no Olímpico e roubaram a ponta.
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O melhor ataque também era atleticano. Foram 23 gols em 10 partidas, uma média de 2.3 gols por partida. O Goiás, segunda equipe com maior número de gols, teve média de apenas 1.5 gol por jogo. O time mais econômico era o Crac. Com cinco gols em 10 confrontos, a média era de 0,5.
Na defesa, o Atlético também se destacava. A defesa rubro-negra foi vazada apenas três vezes, por Anápolis, Jaraguá e Grêmio Anápolis. Em duas delas, o time colocado em campo estava repleto de reservas. O Dragão também não sofreu mais de um gol em nenhuma partida.
Caçula sensação
O Jaraguá, por sua vez, era a sensação do campeonato. Nos primeiros 18 pontos disputados, foram 16 conquistados, dando a ponta ao Gavião da Serra. No returno, houve uma breve oscilação, com derrotas para Goianésia, culminando na demissão inesperada de Lucas Oliveira, e Atlético. Mesmo assim, os alvinegros se recuperaram e garantiram a classificação antecipada.
A equipe do Vale do São Patrício, que passou a ser comandada por Ariel Mamede, se recuperou vencendo o Vila Nova e buscou um empate heroico diante da Anapolina. Com 20 pontos, o Jaraguá ainda sonhava em terminar a fase de classificação na ponta.
Rivais oscilando
Goiás e Vila Nova não faziam um grande Goianão, mas executaram o mínimo suficiente para ir à paralisação no G-8. O Verdão, cujas expectativas eram mais altas, foi muito questionado. O trabalho do técnico Ney Franco foi, inclusive, colocado em xeque após o mau início no Estadual e a eliminação na Copa Sul-Americana.
O Esmeraldino perdeu apenas uma vez, e para o líder Atlético. A derrota, no entanto, foi um marcante 3 a 0. Por outro lado, houve muitos empates. Foram quatro. Nas cinco vitórias, faltou convencer o torcedor. Mesmo assim, os 19 pontos conquistados foram suficientes para garantir ao Goiás a classificação antecipada, após uma sofrida vitória por 2 a 1 sobre a Aparecidense.
O Vila Nova fez campanha tão irregular que chegou a flertar com o rebaixamento. O Tigre venceu apenas três dos 10 jogos que fez. Foram 12 pontos conquistados e a demissão do técnico Ariel Mamede, substituído por Bolívar. Os colorados balançaram as redes apenas seis vezes no Goianão. Em contrapartida, a equipe também sofreu apenas seis gols.
Sobe e desce
Goianésia, Crac, Aparecidense, Anápolis, Grêmio Anápolis, Goiânia e Iporá viveram um sobe e desce constante no Goianão. Todos esses clubes revezaram entre bons e maus momentos antes da paralisação. O Camaleão, por exemplo, começou muito mal, ficando até na lanterna, mas somou sete pontos seguidos e saltou para o G-8.
O Galo da Comarca também viveu entre a cruz e a espada. O Tricolor não chegou a entrar no Z-2, mas flertou com a posição. Contudo, uma vitória aqui e outra acolá garantiram uma posição na faixa de classificação às quartas. Na mesma cidade, o Grêmio Anápolis teve dificuldades para fazer um bom time no papel conquistar pontos. Entre tantos tropeços bobos, a Raposa ficou com 11 pontos, no limbo entre o rebaixamento e a esperança de classificação.
Surpresa em 2019, o Goiânia parecia fadado ao rebaixamento após um péssimo início. No entanto, a chegada de Finazzi ergueu o Galo Carijó. Os alvinegros conquistaram vitórias cruciais contra Vila Nova e Iporá, a última logo antes da paralisação, que garantiram ao clube um lugar fora da degola.
O Crac sofreu com a falta de uma casa. O Leão pôde atuar apenas uma vez em seu estádio. O verão chuvoso castigou o gramado do Genervino da Fonseca e inviabilizou quatro jogos que seriam realizados por lá. Mesmo assim, os alvicelestes foram bem, apesar de alguns tropeços inesperados, se estabilizaram no G-8. Repleto de expectativas, o Goianésia também teve momentos de baixa, mas fez campanha segura e estava prestes a carimbar vaga às quartas.
Na degola
O Iporá, penúltimo colocado quando o Goianão foi paralisado, nem sempre esteve por ali. Porém, sucessivas derrotas e a perda da tradicional eficiência no Ferreirão podem custar a vaga na elite ao Lobo Guará. A derrota para o Goiânia em casa foi sintomática a respeito do momento da equipe e também colocou o clube do oeste do estado no Z-2.
Quem sempre esteve por lá foi a Anapolina. Mergulhada em conflitos políticos e numa calamidade financeira, a Rubra sofreu muito. O elenco foi formado às vésperas do Goianão e ainda precisou ser reformulado após as mexidas na direção e no comando técnico. Essa foi a receita do desastre. Embora apresentasse evolução em campo, o quadro comandado por Artur Neto venceu apenas uma e muito possivelmente teria o rebaixamento decretado na rodada seguinte.