Aos 50 anos, Antônia Barroso atravessou a linha de chegada da Maratona Internacional de Goiânia, no último domingo (25), com um sorriso que dizia mais que qualquer medalha ou troféu. Com o tempo de 3h22min, o melhor entre as mulheres, ela não apenas quebrou o próprio recorde pessoal, em um percurso dificílimo, como também reafirmou o poder transformador da corrida em sua vida.
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“Eu estou muito grata, porque eu bati meu recorde pessoal. Acho super difícil correr em Goiânia”, comemorou Antônia ao Esporte Goiano. Sobre o percurso, ela comentou sobre as intermináveis subidas e descidas que desafiam os corredores no percurso da capital goiana.
Porém, outro fator foi pontuado pela medalhista de ouro na Maratona de Goiânia: a falta de apoio de quem está de fora. “Aqui você corre mais só. Quando chegamos na Marginal [Botafogo], aí você tem mais motivação, aí você corre mais, pega o impulso [com a torcida]. Mas quando chegamos lá por volta da UFG, você está sozinho, no escuro”.
Apesar do trajeto complicado, a corredora revelou que decidiu participar de última hora. Treinando apenas em trechos de 5km nas semanas anteriores, Antônia foi incentivada por uma amiga que a inscreveu na prova. “Ela me disse que eu seria capaz […] E eu fiquei muito feliz de ter conseguido porque jamais imaginaria”.
Da depressão à superação nas pistas
A história de Antônia com o esporte começou em 2010, quando enfrentava um episódio de depressão. “Comecei a correr para sair do processo depressivo. A corrida me salvou. Se existo hoje, é por causa dela, que me deu disciplina”, contou.
Superado o episódio, ela define a corrida em uma palavra: vida. “É conexão, amizades, ajudar um ao outro. A única coisa na minha vida em que dei sequência foi a corrida”, afirmou Antônia Barroso.
Com a vitória, Antônia Barroso coloca seu nome na história da Maratona Internacional de Goiânia. Depois de 42 km de altos e baixos, Antônia prova que a maior superação talvez tenha sido a interna.