O Handebol goiano estará representado na Seleção Brasileira. Três atletas da Força Atlética, equipe da capital, que está entre as mais tradicionais do país, foram convocadas para um período de avaliação. Entre as 21 jogadoras estarão: Abyda Rafaella, Juliana Morgana e Giulia dos Santos.
As atletas se apresentam ao treinador Cristiano Rocha na segunda-feira, 19. Depois de sete dias de treinamento, serão escolhidas as 16 atletas que vão compor a Seleção Brasileira para disputar o Pan-Americano Júnior Feminino, que será disputado em Goiânia, em março.
Veja mais detalhes das jogadoras convocadas!
Abyda Rafaella, de 18 anos, tem se destacado muito com a camisa da Força Atlética. Apesar de ter chegado no ano passado, a central coleciona títulos coletivos e individuais. “Atuei seis anos no Campo Verde/MT e cheguei ao Força no dia 9 de abril. Ano passado, ainda juvenil, tive a oportunidade de jogar o nacional, contra meninas que estão na Seleção Adulta e peguei muita experiência”.
Se espelhando em Alexandra Nascimento, ponta-direita do Brasil, e que já foi melhor do mundo (2012), Abyda revelou a surpresa ao descobrir a convocação. “Estava no açaí com meu namorado quando o Jorge (Castilho, treinador) me ligou e disse que tinha uma notícia muito boa, mas que não poderia contar para ninguém, no máximo para a família. Isso até a convocação ser divulgada, dias depois”.
Há sete anos na modalidade, a jogadora comentou o significado de ser escolhida para compor a Seleção, lembrando o início da carreira. “Comecei com 11 anos nas escolinhas. Saí da minha cidade para morar, estudar e treinar aqui, porque o handebol é minha vida. É gratificante (a convocação), pois serve para mostrar que o nosso trabalho está evoluindo”, comemora Abyda.
Evolução dentro e fora de quadra para realizar o sonho
Natural de Brasília, Juliana Morgana iniciou na modalidade aos 11 anos. Lembra que, apesar de praticar outras categorias e ser meio desengonçada, o handebol a cativou e hoje representa mais do que um simples esporte. “É minha segunda família. Mesmo quando estou nos meus piores dias, consigo me entregar por inteiro ao entrar em quadra. É muito gratificante ter o handebol na minha vida”.
Curiosamente, foi em uma vitória sobre a Força Atlética que a atleta, que também revela ser fã de Alexandra, chamou a atenção da equipe goiana, em agosto de 2016. “Lembro perfeitamente que contei para minha mãe numa quarta-feira, que me deu muito apoio e me incentivou a aceitar o convite. No dia 19 de setembro, já estava aqui. Deixei família, amigos, igreja, tudo, atrás de um sonho. Tinha muitas deficiências no esporte e sou muito grata por isso. A cada dia é uma evolução, inclusive fora de quadra, com minhas responsabilidades e compromissos. Esporte não é só um jogo, conseguimos crescer muito como pessoa também.”
Para se firmar na Seleção Júnior, Juliana, de 19 anos, conta com um trunfo: é canhota, característica muito visada, inclusive pela equipe nacional. Além disso, promete fazer o possível para agarrar a chance. “Jogar no lado contrário dificulta a marcação. No Brasil, principalmente na Seleção, tem uma deficiência de canhotas. Vai ser um trabalho bem árduo para conseguir a vaga. Estaremos muito focadas, muito determinadas, por mim e pelo clube. Estou realizando um sonho e, se Deus me deu essa oportunidade agora, quero continuar nela”, concluiu.
Handebol no sangue
A paixão pela modalidade está no sangue de Giulia Santos. Paulista de São Caetano do Sul, a jogadora de 19 anos faz parte de um família de grande atletas do handebol brasileiro: é filha de Maick, um dos maiores goleiros da história da Seleção Masculina, e de Loreta, armadora. Além disso, é sobrinha do também goleiro Marcão e sua madrasta é Lucila Vianna, ex-capitã e central da Seleção Feminina.
“É tudo para mim. Nasci no handebol, minha família está no esporte e é uma paixão que quero levar para a vida toda. Minhas outras irmãs (quatro, no total) estão jogando, dando os primeiros passos na modalidade, então é algo que está muito presente na família”.
Recém-chegada ao clube goiano, Giulia projeta muito trabalho com a camisa do Brasil e vê o chamado como uma coroação. “Estava em casa, tranquila, e não esperava. Por mais que tenha participado de outras fases, participar desta é diferente, por toda luta que passei no ano passado e as dificuldades que superei. Por mais que não saiba quem vai para o Pan, representar o Brasil é muito gratificante. Agora devo treinar muito, focar e não desistir. É difícil, mas devo manter o foco, a determinação, e colocar em prática tudo que tenho aprendido no Força Atlética”.
Como atuou na cidade (São Bernardo), Giulia contará com a presença e a torcida especial de familiares e amigos. Um incentivo a mais para ela e para as representantes do handebol goiano.