O momento aguardado por nove anos pela torcida rubro-negra aconteceu nesta semana e o Atlético Goianiense retornou à Copa Sul-Americana. Sem novidades no time titular, apesar de manter minha convicção que o Arthur Gomes já merece começar jogando no lugar do Danilo Gomes (mesmo sem conseguir permanecer pelos 90 minutos), o time de Jorginho recebeu no Accioly o Newell’s Old Boys-ARG, que mescla bem a experiência com a juventude.
Os argentinos não contaram com o atacante Cristaldo, mas teve Maxi Rodríguez, que foi muito bem marcado e pouco apareceu. Meu destaque entre os visitantes fica pela participação de Pablo Perez e a inteligência do jogador. Com 35 anos, precisou sair no segundo tempo, mas é impressionante a velocidade em que ele pensa. Com dois toques na bola conseguia acelerar e gerar as principais chances deles, inclusive a primeira oportunidade do jogo saiu dos pés dele que encontrou o ponta pela esquerda.
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Foi justamente essa inteligência e velocidade no passe que eu senti mais falta no Atlético Goianiense. Willian Maranhão marcou muito bem, um leão sem a bola, mas com a bola tem muita dificuldade em acelerar o passe. Talvez seja cobrar muito desse jogador? Talvez. Com o segundo tempo que o Dragão teve, gostaria de ter visto André Lima e Marlon Freitas, nem que fosse nos 15 minutos finais, seria um meio-campo com mais opções de passe e que poderia ter mais oportunidades criadas.
Marlon Freitas, que errou alguns passes longos, encontrou talvez a melhor oportunidade do Atlético, ao lado da chance de Roberson, que deu passe para Dudu, mas o lateral parou em Aguerre. Depois da partida, Jorginho admitiu que o caminho não era o passe longo, como esperado pelos espaços que o Newell’s vinha deixando nas últimas partidas, mas sim os passes curtos.
Os passes curtos demoraram a encaixar no Atlético. Éder tentou durante todo o primeiro tempo acionar rapidamente o Natanael. O zagueiro errou a maioria dos passes e quando acertou, o lateral errou o domínio. Gostei da participação de João Paulo no jogo, criou a jogada que o Danilo Gomes cruzou para o Janderson errar uma grande oportunidade (mas o desvio no calcanhar do adversário matou o atacante) e conseguiu apertar a saída do Newell’s.
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A expulsão do Roberson foi uma das coisas mais bizarras que já presenciei no estádio, principalmente pelo primeiro cartão amarelo. Fiquei com a sensação que o Jorginho só tirou o Zé Roberto, porque o atacante tinha acabado de receber o amarelo e continuava reclamando com o árbitro Gustavo Tejera sem parar. O treinador gritou para o 9 sair de lá, o que não aconteceu, então na pressa chamou o substituto que entrou em campo sem a placa do quarto árbitro ter sido levantada. Amarelo totalmente evitável, mas o segundo foi correto depois de uma simulação que deu pra ver de onde estava, e era do outro lado do Accioly.
Por fim, o mais óbvio que faltou para o Atlético Goianiense foi conseguir concretizar as jogadas criadas. Assim como teve dificuldade com Vagner Mancini, Eduardo Souza e Marcelo Cabo, Jorginho aparenta ter os mesmos problemas que é de colocar a bola na rede. O Dragão cria e erra, cria e erra, cria erra. Dessa maneira, não consegue avançar na Sul-Americana.
No grupo do Atlético, o Libertad-PAR amassava o Palestino-CHI, mas os chilenos estavam conseguindo segurar o empate. Então, Agustin Farias foi expulso (não enfrenta o Atlético na próxima rodada) e os paraguaios conseguiram marcar duas vezes e largar na frente na classificação.
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