O goleiro Wagner Bueno marcou história com a camisa colorada no ano de 2015 e descobriu o gosto pelo futebol junto dos amigos, em um campo de terra. De acordo, com o ex-jogador “goleiro não se vira de uma noite para o dia, você nasce goleiro”.
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Em entrevista especial ao Esporte Goiano, dando sequência a série com atletas que fizeram história no futebol goiano, o ex-jogador relembrou fatos marcantes na carreira, falou da sua passagem vitoriosa no Vila Nova e do momento atual fora das quatro linhas.
Confira a entrevista de Wagner Bueno na íntegra
EG – Como foi que o futebol surgiu em sua vida?
Comecei a jogar futebol em um lote baldio que tinha em frente a minha casa no Jardim Vila Boa. Eu e alguns amigos limpamos o lote e fizemos um campinho que era a nossa diversão. Na época, o Tafarel estava no auge de sua carreira e escolhi a posição de goleiro. Na verdade, goleiro não se vira de uma noite para o dia, você nasce goleiro! Sai desse campinho e fui para um time amador da época: o Havai que treinava em campo de terra. Com o fim do Havai, fui trabalhar com meu pai e minha mãe em um condomínio e conheci o Gílson Vilas Boas que era técnico do tampinha (categoria de base) do Atlético e me levou para fazer um teste onde acabei ficando por 12 anos.
EG – Você fez parte do último elenco colorado que conquistou campeonatos.
Qual a importância do Vila Nova na sua carreira profissional?
Aquele ano foi mágico na minha vida e na carreira profissional. Em 2015, fomos campeões da Divisão de Acesso (do Campeonato Goiano) e Brasileiro da Série C, é até difícil falar desse ano e não me emocionar, por ter sido uma temporada onde tudo deu certo e estar jogando num time da grandeza do Vila Nova. Antes de ir para o Vila era conhecido apenas como Wagner Bueno e depois que fui para o Vila passei a ser conhecido como “Wagner Bueno, goleiro do Vila Nova” isso é muito gratificante. Esse nome é muito forte: Vila Nova.
EG – Em 2016, pela 31ª rodada da Série B, você estava em campo quando o Vila venceu o Goiás por 2 a 1, quebrando um jejum que tinha 37 anos em termos de Campeonato Brasileiro. Quais suas lembranças daquele jogo? Qual a sensação de vencer o maior rival?
Esse jogo foi memorável. Depois de tantos anos o Vila Nova voltava a vencer o principal adversário do estado e eu estava lá dentro de campo jogando o principal clássico do Centro-Oeste e vencendo. Antes da partida o vestiário estava todo tenso, porque sabíamos que não podíamos perder por estarmos na luta pelo acesso e conseguimos reverter tudo na confiança que poderíamos vencer e assim foi feito. Travamos um jogo muito difícil, mas vencemos, e no apito final do arbitro, veio a explosão de emoção. Vencemos o Goiás o maior rival depois de tantos anos e pude fazer parte dessa história. Depois no vestiário, foi só alegria por termos conquistado os 3 pontos, claro, em cima do maior rival.
EG – Wagner você começou a sua carreira no Atlético Goianiense e teve passagem em diversas equipes do interior de Goiás. Como foi o seu trajeto até chegar ao Onésio Brasileiro Alvarenga?
Depois que o Havai acabou, fui fazer o teste no Atlético, acabei passando e ficando por 12 anos. Quando sai em 2004, comecei a rodar no futebol goiano e brasileiro passando por várias equipes. Graças a Deus, todas as minhas passagens foram marcadas com acessos e títulos e isso foi umas das coisas que me levaram ao Vila Nova: ser um atleta vencedor. A gente joga em equipes menores sempre pensando em um dia chegar a um clube maior e, graças a Deus, eu colhi o fruto de muitas batalhas que já tinha travado.
EG – Você tem vontade de ser treinador de futebol?
Ano passado, estava no Aparecida como técnico do Sub-17 onde fomos campeões da primeira Copa Hidrolândia e vice campeão estadual. Mas agora pretendo seguir como Gerente e, até mesmo, Diretor de Futebol. Abrir portas pelo Brasil, até porque todas profissões que exercemos sempre procuramos aprender, crescer e evoluir.
EG – Atualmente você é Gerente de Futebol no Vila Nova. O que te motivou a aceitar esse cargo no Tigre? Quais são os maiores desafios nessa função?
Ano passado recebi a proposta do até então Diretor de Futebol e, hoje, Presidente do clube Hugo Jorge Bravo para assumir com ele a função de elo entre os jogadores, comissão técnico e diretoria. Porém, o Gerente de Futebol, Vitor Poncho, teve um problema pessoal e precisou se desligar do cargo, com isso o Hugo me chamou e falou que eu ficaria no lugar dele e que não iria contratar ninguém. Naquele momento, surgiram muitos questionamentos na minha cabeça, mas como toda minha vida foi de desafios, este era apenas mais um na minha vida. Já tinha feito o curso de gestão aplicada no futebol pelo Instituto Goiano de Direito Desportivo (IGoDD).
No começo meu maior desafio foram com as logísticas do time na série B, onde um erro atrapalha todo percurso do clube como passagens aéreas, translados e hotéis, mas agradeço ao Vitor que me ajudou muito até pegar tudo certinho. Hoje tiro de letra e me sinto muito feliz de estar trabalhando dentro do futebol do Vila Nova.
Quero aqui agradecer ao presidente Hugo Jorge Bravo e toda diretoria por acreditar e confiarem no meu trabalho. Tudo no começo não é fácil temos várias dificuldades, mas a torcida pode confiar que trabalhamos sempre com honestidade e transparência, com Fé em Deus de que no final tudo dará certo, porque o Vila Nova: time do povo não pode parar.
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