O retrato do ano de 2017 no âmbito do Marketing Esportivo apresenta uma realidade que, dificilmente, alguém conseguiu prever (ainda que no ano anterior). A crise no país do futebol contrariou algumas expectativas, o que refletiu no mercado de patrocínios, observada a retração que houve na comparação geral com o ano que passou. A análise de tendências não pode ser encarada como uma regra, pois seria impossível prever um mercado ambulante como é o de marketing. A percepção das mudanças no ano corrente nos faz identificar algumas tendências para o ano vindouro.
É de conhecimento público que o principal faturamento de um grande clube no Brasil não é o patrocínio. Os direitos de TV ainda são e serão por algum tempo a maior fonte de receita. A tendência é que no próximo ano a publicidade em geral continue apenas complementando a renda dos times. O banco estatal, que patrocina inúmeros clubes das séries A e B, perdeu ou não renovou o contrato com alguns times já em 2017, As equipes entenderam que não compensava o valor pago pela empresa diante das contrapartidas exigidas por ela. É certo que para 2018 ainda mais times optem por não renovar com o banco e criem ainda mais cotas (oportunidades) para comercialização de espaços publicitários, o que não significa um aumento da receita bruta, mas pode significar um aumento da receita liquida.
Neste sentido as redes sociais dos clubes entram de sola nesse mercado publicitário. Cada vez mais atrativas e com mais seguidores, os clubes passaram a comercializar espaços em suas postagens oficiais e em suas “Lives” (transmissão ao vivo por rede social), o que originou mais conteúdo, maior interação com o torcedor e mais receita para a agremiação.
O sócio torcedor, que em geral crescia (mesmo que pouco) a cada ano, em 2017 estagnou. O reflexo dessa estagnação foi sentido nos cofres dos clubes, que passaram a desenvolver mais ações de relacionamento com o sócio e investiram em ativações pontuais objetivando fidelizar o torcedor. A partir de agora os clubes devem se concentrar em oferecer ainda mais benefícios e comodidades para os seus fiéis contribuintes. A política de relacionamento e a aproximação do torcedor com o clube deverá ser ampliada, sempre visando a fidelidade e a adimplência do fã.
Por fim, temos que lembrar do mercado de licenciamentos, que teve um crescimento em 2017, mas ainda está muito longe do seu potencial, se compararmos o Brasil com o restante do mundo. Alguns clubes estão investindo em Sportfoods (restaurantes temáticos) e estão se dando muito bem financeiramente. A tendência é o crescimento deste tipo de mercado diante da demanda existente e a oportunidade aparente. Produtos de todos os tipos imagináveis precisam ser lançados com a marca do seu time, pois é certeza de sucesso, tanto financeiro quanto de divulgação de marca. Ganha o torcedor em autoestima e ganha o clube em receita e valorização da imagem.