Um dos maiores destaques do paraciclismo brasileiro na atualidade, o goiano Victor Luise tenta chegar ao Mundial de Pista na modalidade, que será disputado de 22 a 25 de março, no Rio de Janeiro. O atleta de 36 anos participa a partir desta segunda-feira (5) de uma seletiva no interior de São Paulo.
Iniciante no paraciclismo profissional entre 2014 e 2015, Luise conquistou o primeiro lugar na classificação nacional na categoria C2 – que engloba desportistas com lesões que afetam a funcionalidade de pernas e, ocasionalmente, braços – em duas oportunidades. Desde então, tem participado de provas dentro e fora do país. O objetivo do goiano é chegar às Paralimpíadas de Tóquio, em 2020.
A rotina de treinos do atleta tem sido intensa. Luise tem pedalado entre 5h e 9h da manhã, totalizando até 14 horas de treino por semana. Para ele, a disciplina, o descanso e a alimentação são alicerces dos bons resultados. “O sucesso de qualquer treino depende da alimentação e do sono; combustível e descanso”, afirma.
Os bons resultados na ainda curta carreira alavancam o goiano para voos mais altos. Hoje, o atleta se divide entre o esporte e as atividades de funcionário da Assembleia Legislativa. Para seguir buscando medalhas para Goiás, Luise quer se dedicar integralmente ao esporte. Contudo, segundo o ciclista, falta apoio.
– Atualmente, praticamente todo o investimento para participar de competições e comprar equipamento depende do apoio da Federação de Ciclismo e do meu salário, o que não é suficiente para cobrir todos os custos – lamenta.
Acidente
Victor Luise teve a perna direita amputada em um acidente de moto no ano 2000, aos 18 anos de idade. Em 2012 iniciou profissionalmente no esporte, quando praticava halterofilismo. A migração para o ciclismo começou dois anos mais tarde, em 2014. No entanto, em 2015, após uma luxação no braço, foi totalmente impedido de levantar pesos e, desde então, se dedica unicamente às bicicletas.