A relação entre Atlético e Marcelo Cabo chegou ao fim após 13 meses. Na tarde desta terça-feira, 6, o treinador concedeu sua última coletiva no clube. No pronunciamento de despedida, Cabo rasgou elogios ao Dragão, à sua torcida, à diretoria e aos funcionários rubro-negros. O técnico também classificou o período no Urias Magalhães como o melhor da carreira.
– Me sinto honrado e lisonjeado. Com certeza vivi o melhor momento da minha carreira nesses 13 meses aqui no Atlético. O profissional tem que ter sabedoria. Tem que saber onde termina seu ciclo. Conversei com o Adson e chegamos ao denominador comum de que era importante eu interromper meu ciclo neste momento.
O treinador alega que pediu demissão pensando no Atlético. Segundo Cabo, o time já não dava mais respostas em campo e a performance na derrota para o Bahia foi o ponto culminante para a decisão.
– O time vinha numa crescente, e tínhamos a expectativa da primeira vitória chegar o mais rápido possível. Mas, diante da atuação de ontem, fiz uma reunião muito equilibrada. Minha decisão não foi pensando em mim. Eu poderia ter ficado um pouco mais, mas meu primeiro pensamento foi pensando na instituição. Achei que uma troca neste momento traria mais ao clube do que minha permanência. A gente precisa ser grande nesse momento. Aqui tenho um bom salário, recebo em dia, (tenho) a confiança do meu diretor. Poderia tentar e protelar (a saída). Preferi ser honesto, autêntico e pensar primeiro nesse clube que eu aprendi a admirar – afirmou.
O legado de Marcelo Cabo
Depois de uma brilhante campanha que terminou com o título da Série B, Marcelo Cabo teve que enfrentar duas reformulações. Uma no Goianão, que se encerrou com a eliminação para o rival Goiás na semifinal, e outra no Brasileirão. Se o time já era considerado forte candidato ao rebaixamento, com quatro derrotas em quatro jogos na primeira divisão, o cenário piorou. Agora fora do clube, o treinador alerta que, para fugir do descenso, o Dragão precisa de união.
“É importante que todos os atleticanos se abracem neste momento. O Atlético só sai dessa situação se todos os atleticanos, se todo mundo abraçar essa causa para mudar esse quadro”, disse.
Questionado se um dia retornaria ao Urias Magalhães, Cabo respondeu prontamente. “Se depender de mim, no dia em que tiver a oportunidade de voltar, venho com o maior carinho. Não só pelo Atlético, mas pela cidade, por Goiás, por Goiânia. O dia em que for solicitado e estiver ao meu alcance, retorno sim”, garantiu.
Futuro
O diretor de futebol Adson Batista também respondeu questionamentos dos jornalistas e afirmou que quer que o novo treinador acompanhe o jogo contra a Ponte Preta, já na quinta-feira, 8. O dirigente não falou em nomes, mas um dos cogitados é Argel Fucks, que esteve por último no Vitória.
– Hoje vou trabalhar até tarde, até meia-noite. Preciso ter um treinador aqui na quinta para ver o jogo contra a Ponte Preta. É evidente que a comissão permanente vai fazer o jogo, mas eu espero ter o novo treinador presente já na quinta-feira – salientou Batista.