A lutadora goiana Kamila Barbosa protagonizou um momento polêmico durante o Pan-Americano de Wrestling, em Acapulco, no México. Após executar um golpe que deveria finalizar o duelo, a atleta não teve o movimento reconhecido pela arbitragem e assim não conseguiu a medalha de bronze. Ao EG, ela se emocionou e explicou toda a situação.
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O Pan-Americano de Wrestling foi disputado entre 21 e 24 de fevereiro. Laís Nunes, de Barro Alto, foi uma das goianas que participaram da competição – e ela faturou o bronze na categoria até 62 kg.
A outra goiana, Kamila Barbosa, natural de Goianésia, também poderia ter conseguido a medalha, na categoria 50 kg do estilo livre. Porém, não foi isso que aconteceu.
A controvérsia de arbitragem
Durante a luta com a panamenha Yorlenis Milagros, pela disputa de 3º lugar, Kamila Barbosa vencia pelo placar de 6×4. Foi então que ela aplicou um touché por mais de dez segundos, deixando a adversária com a escápula no chão, como manda a regra. Desta forma, o combate deveria ter sido finalizado.
O árbitro central, no entanto, não deu a finalização, apesar dos outros dois árbitros terem sinalizado o touché. A luta prosseguiu. Quando faltava um segundo, Yorlenis Milagros passou por trás de Kamila Barbosa, ganhando dois pontos e empatando o placar.
A goiana pediu desafio, não acatado, o que culminou em um resultado de 7×6 para a panamenha. “O árbitro se perdeu. Para mim foi um erro, um equívoco muito grande, uma sucessão de falhas”, comenta Kamila.
Após a conclusão da luta, o árbitro central pegou seis meses de gancho e perdeu a oportunidade de estar presente nas Olimpíadas de Paris, entre julho e agosto.
Os outros dois também foram penalizados e deixados de fora do Pan-Americano. Contudo, a situação é menos grave, pois eles de fato sinalizaram o golpe. O problema é que não chamaram o árbitro central para consulta, e por isso passarão por um julgamento.
E agora, como fica a situação?
“Eu não quero punição para os árbitros, longe disso. Acho que devem ir para a reciclagem, têm que rever, mas eu não quero punição, eu quero minha medalha. Estou deixando claro isso para todo mundo. O pessoal está levantando protestos, mas estou explicando que eu só quero a minha medalha”, declara Kamila Barbosa.
Emocionada, a lutadora de Goianésia ressalta a importância da competição, que lhe renderia pontos no ranking. Além disso, a medalha de bronze faria parte de uma “sucessão de coisas que fazem a diferença”, tanto para ela quanto para a família, a Marinha e o estado de Goiás como um todo.
“Todo mundo que me segue sabe a dificuldade que é chegar aqui e ganhar essa medalha. É um campeonato continental, enorme. Tirar de você dessa forma assim, não, eu ganhei. Se eu tivesse perdido, tudo bem. Esporte é isso, em um dia você ganha, no outro você perde, mas não foi o caso, eu ganhei. Não tive minha medalha, não pude subir ao pódio. É cruel, dilacerante para um atleta”, conclui.
A Confederação Brasileira de Wrestling (CBW) publicou uma nota pedindo a revisão do resultado, para que Kamila Barbosa consiga a sua medalha de bronze. Você pode conferir a publicação completa por meio deste link.