Ainda de ressaca da recente eliminação da seleção brasileira na Copa América, o futebol goiano pode se lembrar de um momento em que um filho ilustre da terra brilhou com a “amarelinha”. Dessa forma, se os prognósticos do futebol não são dos melhores atualmente, há muita coisa boa no passado para relembrar.
Em 1995, a Copa América foi disputada no Uruguai, e o Brasil caiu no Grupo B, com Colômbia, Equador e Peru. E a seleção, que tinha jogadores como Taffarel, Aldair, Roberto Carlos, Dunga, César Sampaio, Leonardo, Juninho Paulista, Edmundo e, claro, Túlio Maravilha, ganhou todos os jogos.
Contra o Equador, venceu por 1 a 0; contra o Peru, por 2 a 0; e contra a Colômbia a progressão se manteve e o jogo terminou 3 a 0 para o Brasil.
Dessa forma, a seleção classificou-se em primeiro lugar no grupo e, nas quartas de final, enfrentou a Argentina, que ficara na segunda colocação no Grupo C.
A partida, como se previa, foi bastante disputada, e os argentinos abriram o placar logo aos dois minutos, com Balbo. No entanto, a resposta brasileira foi rápida, e Edmundo igualou o marcador aos nove.
Batistuta colocou a Albiceleste novamente na frente, aos 29 minutos, com um forte chute cruzado, que contou com a falha de Taffarel.
Acontece que Túlio Maravilha ainda teria seu momento de brilhar. O jogo caminhava para uma classificação argentina, mas aos 35 minutos do segundo tempo, o goleador goiano recebeu belo lançamento de Jorginho e dominou a bola para chutar de esquerda e empatar a partida.
Só tem um detalhe: o domínio foi com o braço esquerdo. Todo o mundo viu, menos o juiz. Menos mal, já que o gol levou a decisão para os pênaltis, e o Brasil conseguiu derrotar os hermanos por 4 a 2.
Se os argentinos se orgulhavam da mão de Maradona, o Brasil também pôde apreciar “la mano de Túlio”. É bem verdade que, na sequência do torneio, a seleção não conquistaria a taça. Na semifinal, a equipe comandada por Zagallo passou pelos Estados Unidos (1 a 0), mas esbarrou na anfitriã na grande decisão.
Após um empate por 1 a 1 (o gol brasileiro também foi marcado por Túlio), a final acabou sendo decidida nos pênaltis e dessa vez o Brasil levou a pior e teve de assistir aos uruguaios fazerem a festa diante de sua torcida.
Jogador folclórico
Quem viveu os anos 90 sabe que não faltavam jogadores folclóricos. Declarações polêmicas, comportamentos excêntricos e muita qualidade: aquela década pode ser resumida assim.
E, sem dúvidas, Túlio Maravilha era um dos personagens mais destacados. Provocador e bem-humorado, ele cativava até os torcedores rivais. É claro que também era alvo deles, já que a tiração de sarro é uma via de mão dupla.
O atacante goiano ajudou a marcar uma época e só não teve mais oportunidades na seleção brasileira porque a concorrência naquele período era pesada. Túlio, afinal, competiu com alguns dos maiores craques da história do nosso futebol, como Romário e Ronaldo.
Passagem pelos principais clubes goianos
Nascido em Goiânia, Túlio atuou nos principais clubes do estado. Ao longo de sua quase interminável carreira, ele defendeu as cores do Goiás, time que o revelou, do Atlético Goianiense e do Vila Nova.
Mas também teve tempo para atuar no Anapolina, na Canedense, no Itumbiara e no Goiânia.
Por tudo isso, o atacante provocador marcou o futebol goiano e, também, o brasileiro. Pelas suas contas, aliás, fez 1001 gols – nada mau, não é? Túlio é certamente um dos personagens históricos do mundo da bola e será sempre lembrado nas resenhas futebolísticas Brasil afora.