O taekwondo goiano tem mostrado muita evolução nos últimos anos e começa a colher frutos. Seis atletas goianos conquistaram vaga na Seleção Brasileira de taekwondo em 2017: Guilherme Litig (juvenil até 63 kg), Rafael Guimarães (cadete até 45 kg), Bruna Pereira (juvenil 55kg), Bruno Chaves, Dangela Guimarães e Gabriel Marques.
Aos 12 anos, Bruno Chaves é bicampeão nacional infantil. Ele é o primeiro reserva da Seleção na categoria cadete (12 até 14 anos), no peso 41 kg. O garoto conta com o suporte da família, que tem tradição na modalidade. “Meus pais foram atletas (de taekwondo) por mais de 20 anos e me apoiam muito. Sabem a importância dos treinos e dão muita força. É muito importante porque estou fazendo o que meus pais fizeram e é algo que gosto muito”.
Outro atleta promissor é Gabriel Marques, de 13 anos, que participa da categoria júnior (até 59 kg). O atleta participou do US Open, em Las Vegas, e venceu a seletiva para a seleção brasileira. Depois de entrar no mundo do taekwondo como diversão, o jovem passou a tratar o esporte com muita seriedade. “Tinha 10 anos e comecei a praticar como lazer. Depois fui gostando e praticando mais. Hoje é um trabalho, com foco total”.
Goianos são apontados como futuro da modalidade
Um dos principais nomes na categoria júnior até 46 kg, Dangela Guimarães tem lutado também entre os adultos, na categoria 49 kg. A última experiência foi na seletiva nacional, realizada no Rio de Janeiro, em março. “É corrido, pois muitas vezes as lutas são no mesmo dia. Classifiquei no juvenil e fiz três combates no adulto, mas não consegui a classificação”. A preparação agora visa torneios internacionais, como o Argentina Open e o Costa Rica Open.
Edgar Guimarães, treinador da Seleção Goiana, comentou sobre as promessas do taekwondo goiano. “São atletas que vem atuando bem em competições nacionais. A Dangela tem experiência em competições internacionais boas, pan-americanos, mundiais, sul-americanos, e agora já tem experiência em competições adultas. O Gabriel também tem experiência em campeonatos mundiais e está disputando vaga nos jogos sul americanos da juventude no Chile. O Bruno é reserva da seleção e está esperando uma confirmação para ver em quais das competições internacionais ele vai se encaixar. Então são três promessas do Estado que vêm se destacando”.
Patrocínios e Pró-Esporte
Os três atletas têm classificação garantida para o Pan-Americano, que será disputado em Agosto, na Costa Rica. Também em comum, a dependência do Pró-Esporte (Programa Estadual de Incentivo ao Esporte) e a busca por patrocinadores.
Fidêncio Lobo, gerente do Pró-Esporte, explicou o projeto. “É um programa de incentivo ao desporto, baseado na lei do ICMS. A empresa dedica um valor x a um determinado atleta ou instituição e recebe 100% do ICMS devido. Deixa de pagar o imposto e investe no atleta. É aberto anualmente, no site da secretária da educação tem tudo explicado. Não é um programa social, é um programa de rendimento. Então, é para os melhores de cada modalidade”. Edgar complementa. “No final do ano, o atleta tem de fazer uma prestação de contas, que também é avaliada”. O benefício premia atletas das modalidades coletivas, individuais e de alto rendimento em Goiás.
“É o principal (suporte) e auxilia muito todos os atletas, de diversas modalidades. Sem ele, a gente não conseguiria pagar as viagens, que servem para nos dar experiência. Alivia o bolso”, afirma Dangela. Além de reconhecer a importância do programa, Gabriel cobra maior investimento de empresas privadas na modalidade. “Estamos esperando sair o apoio do Pró-Esporte, que pode ajudar nas viagens, mas temos que ter mais (patrocinadores). Se não tivesse (o programa), não teria como viajar, por exemplo”.
Os dois contam com o apoio do Goiás Esporte Clube. Ambos representam o clube esmeraldino, como explica Dangela. “Eles apoiam bastante, dando um suporte para os atletas. Nos ajudam com uniformes e cedem lugar para treinar, quando a gente precisa”.