Clubes da Série A e B do Brasileirão estão sendo dominados pelos sites de apostas esportivas. Isso porque, essas empresas se tornaram patrocinadoras de boa parte dos times. Um exemplo é o Goiás, apoiado pela Pixbet. Mas há outras. Parte desse momento se dá pelo interesse nesse mercado que tem crescido nos últimos anos. Para entender como funciona esse segmento, com medidas de segurança e alta tecnologia, leia este artigo.
Neste momento, apenas o Palmeiras não é patrocinado por uma empresa de apostas esportivas. O clube paulista não renovou seu vínculo com a Dafabet, encerrado no fim do ano passado. Ou seja: dos 20 clubes que disputam a Série A do Brasileirão, 19 recebem dinheiro de alguma plataforma deste mercado.
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O último a ter uma parcela da sua cota de patrocínio adquirida nos uniformes foi o Cuiabá, que assinou um acordo com a empresa Luck Sports.“Os acordos com empresas deste segmento cresceram muito no mundo do futebol. Nossa tradição é sempre priorizar empresas do Mato Grosso, e a Luck Sports é uma casa de apostas cuiabana. Estamos há muitos anos com os mesmos patrocinadores, não tenho dúvidas de que será mais uma parceria de sucesso”, disse Cristiano Dresch, vice-presidente do Cuiabá.
Dos 19 patrocinadores de apostas, sete estão no espaço máster da camisa. É o principal espaço mais valioso entre os uniformes dos clubes. São eles: Atlético-MG (Betano), Atlético-GO (Amuleto Bet), América-MG (Pixbet), Avaí (Pixbet), Botafogo (Estrelabet), Fluminense (Betano) e São Paulo (Sportsbet.io).
Apesar de estarem totalmente inseridas no mundo dos esportes e também na rotina da sociedade brasileira, as apostas ainda não estão totalmente liberadas no Brasil. Atualmente, cerca de 450 sites de apostas esportivas operam no país. De acordo com a estimativa da Fundação Getulio Vargas (FGV), o mercado poderia movimentar até R$ 10 bilhões por ano na economia do País.
O que acontece é que nenhuma dessas plataformas são tributadas no país. Isso significa que todo o dinheiro gasto pelos brasileiros vai para empresas e sites que mantém suas sedes no exterior. Uma das tentativas de melhorar o setor aconteceu em 2018, quando o Governo Federal sancionou a Lei 13.756/2018, autorizando o Ministério da Fazenda a desenvolver normas para o licenciamento das casas de apostas esportivas no Brasil. Contudo, a regularização da prática foi postergada e ainda não ocorreu.
Jorge Avancini, vice-presidente de marketing do Internacional, que exibe a marca Betsul, é defensor da liberação para o crescimento desse mercado e, por consequência, do dinheiro investido no futebol. “É um mercado que trouxe muitas novidades ao futebol brasileiro e gerou oportunidades. A regulação da atividade no país é fundamental para que o setor seja inteiramente legalizado”, disse ele em entrevista ao Portal Terra.
Um dos maiores defensores da proposta, o advogado Eduardo Carlezzo, que é especialista em direito desportivo, afirma que a liberação e regulamentação serão benéficas às empresas e também aos clientes, pois dará mais segurança. “O crescimento expressivo no investimento em patrocínios ocorre em meio a um mercado que não possui regulamentação. Apesar de não ser irregular, já que a lei do final de 2018 permite a regulação das apostas, ainda falta um processo de concessão que caminha lentamente no Governo Federal”, explicou.
Para ele, o governo federal precisa acelerar a tramitação da proposta no Congresso Nacional. “Com essa demora, perdem todos, porque a regularização traria geração de empregos, negócios, impostos, e atrairia operadores globais para o país. A regulamentação adequada aumentaria inclusive os valores envolvidos nos acordos entre clubes e sites de apostas”, finaliza.