Nesta quarta-feira, dois times goianos começam a caminhada na Copa do Brasil. Anápolis e Goiás entram em campo sonhando com a vaga na segunda fase. Na quinta-feira, é a vez de o Vila Nova tentando avançar na competição mais democrática do futebol brasileiro.
O trio goiano já é conhecido pelos torcedores do estado, mas e os adversários? Bragantino, Itabaiana e Fast Clube. Três times de tradição, muita história e títulos em seus respectivos estados. Para apresentar os rivais dos goianos na primeira fase da Copa do Brasil, a equipe do Esporte Goiano preparou um especial com todas as curiosidades e informações sobre cada um dos clubes.
Tradições da Terra da Linguiça
Começamos com o Clube Atlético Bragantino, adversário do Anápolis, às 19h15, no Jonas Duarte. Fundado no dia 8 de janeiro de 1928, na cidade de Bragança Paulista (162.453 habitantes), o Massa Bruta viveu seu auge no fim da década de 80 e início dos anos 90. Em 89, o Alvinegro se sagrou campeão da Série B do Brasileirão. Em 90, o Braga surpreendeu e, sob o comando do até então desconhecido Vanderlei Luxemburgo, levantou a taça do Campeonato Paulista. Em sua primeira Série A, a equipe também obteve resultados expressivos, conquistando o 8º lugar entre os 20 times que disputaram a elite.
No ano seguinte, o Bragantino perdeu Luxemburgo para o Flamengo. Problema? Não! A diretoria alvinegra trabalhou rápido e contratou Carlos Alberto Parreira para o cargo de treinador. Com o elenco entrosado, Parreira conduziu o Massa Bruta ao vice-campeonato brasileiro de 91. Na ocasião, o Braga acabou derrotado pelo São Paulo na final, perdendo o primeiro jogo, no Morumbi, por 1 a 0 e empatando o segundo em 0 a 0, no então estádio Marcelo Stéfani (atual Nabi Abi Chedid).
As boas campanhas do Bragantino seguiram até 1994. Em 92, a terceira colocação no Brasileirão deixou os torcedores do clube com um gostinho de quero mais. No mesmo ano, o Alvinegro de Bragança Paulista estreou em competições internacionais, jogando a Copa Conmebol contra o Grêmio. Os anos de 93 e 94 não foram brilhantes, mas mantiveram o Braga entre os melhores clubes do futebol brasileiro.
A decadência começou em 1995. Naquele ano, o Massa Bruta, apesar da campanha sólida na Série A (sexta colocação), foi rebaixado no Campeonato Paulista. O Braga acabou rebaixado para a Série B em 96, mas, através do famoso “tapetão” permaneceu na elite. O inevitável descenso, contudo, veio em 1998, após a penúltima posição no Brasileirão.
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Depois de quase 10 anos no esquecimento, o Bragantino ressurgiu em 2006. A equipe retornou à primeira divisão estadual e, em 2007, levou o título da Série C. Depois, foram nove temporadas consecutivas na Série B com campanhas de quase acesso, como os sexto lugares em 2011 e 2015, e o rebaixamento na penúltima posição, em 2016.
O time de Bragança Paulista participa da Copa do Brasil pela sétima vez. Nas outras seis (2002, 2008, 2013, 2014, 2015 e 2016), a melhor campanha foi em 2014, quando chegou às oitavas de final e foi eliminado pelo Corinthians. Além da competição nacional, a equipe paulista disputa a Série A2 estadual. Na 5ª rodada, o Massa Bruta ocupa a 3ª colocação, com 10 pontos conquistados. A campanha é de três vitórias, um empate e uma derrota. Em maio, o Braga inicia a batalha pelo acesso na Série C.
Tremendo orgulho
A Associação Olímpica de Itabaiana é a adversária do Goiás na primeira fase. Fundado em 1938, no município de Itabaiana (91.873 habitantes), o Tricolor Serrano é um dos maiores campeões do Sergipe. A proximidade da capital Aracaju não apagou o brilho do clube, que conquistou 10 títulos estaduais. Sergipe e Confiança são os únicos que possuem mais conquistas. O sucesso se estendeu para fora do estado. Em 1971, o Tremendão, principal alcunha do time, levou para casa a desejada Copa do Nordeste.
Para chegar às taças, o caminho não foi fácil. O Itabaiana surgiu de uma fusão entre Brasil Football Club e Balípodo Club Santa Cruz, equipes amadoras do município. Os dois times se uniram para manter um calendário ativo e criaram o então Botafogo Sport Club. O nome teve vida curta. Sem a simpatia dos integrantes, a nomenclatura foi substituída em apenas três meses. Surgira, então, o Itabaiana Sport Club, que fora renomeado definitivamente em 1950.
O Tricolor da Serra é um dos maiores orgulhos dos itabaianenses, muito por conta do sucesso em campo. O Itabaiana foi o primeiro time sergipano a conquistar o pentacampeonato estadual, entre os anos de 1978 a 1982. O estádio Etelvino Mendonça, inicialmente construído com o nome de Presidente Médici, para agradar o então líder da ditadura, tem capacidade para receber cerca de 10 mil pessoas. Fanática, a torcida tricolor costuma encher o estádio.
Em 2016, o Tremendão quase levou o 11º título estadual. O Itabaiana fez a melhor campanha no torneio, mas acabou sendo derrotado pelo Sergipe na grande final. Na Série D, o acesso também escapou por um triz. O Tricolor se classificou entre os 15 melhores segundo colocados na primeira fase, passou por Uniclinic-CE e Campinense-PB nas fases seguintes, mas acabou caindo nas quartas de final. Em dois jogos, derrotas de 1 a 0 e 2 a 0 para o São Bento-SP findaram o sonho da equipe sergipana de disputar a Série C.
Na atual temporada, o Itabaiana tenta acabar com o fantasma do quase. A primeira competição do ano é o Estadual. Dos cinco jogos disputados até aqui, o Tricolor Serrano venceu três e empatou dois. Os 11 pontos conquistados dão ao Tremendão a terceira colocação, empatada em número de pontos com os rivais Sergipe e Confiança.
Rolo Compressor do Amazonas
Fundado no dia 8 de julho de 1930, o Nacional Fast Clube será o adversário do Vila Nova na estreia da Copa do Brasil. Atual campeão amazonense, o Rolo Compressor, como é conhecido, vai disputar seu primeiro jogo na temporada 2017. Isso porque o estadual do Amazonas só começa no dia 14 de março.
Em 2016, o tricolor também disputou a Copa Verde e terminou na 13ª colocação do regional. Sua última partida foi a final do estadual, realizada no dia 22 de outubro.
O tricolor é uma das equipes mais tradicionais do futebol amazonense. Além de 7 títulos estaduais, o clube conta com 3 participações na elite do futebol brasileiro e irá disputar a Copa do Brasil pela 6ª vez.
O Fast confia na manutenção do técnico João Carlos Cavalo. Além dele, o time conta com outros remanescentes do último ano como o zagueiro Thiago Brandão, os laterais André Luiz e Emerson, o volante Roberto Dinamite, o meia Robinho e o atacante Felipe.
Na pré-temporada, o Rolo Compressor fez jus ao apelido e atropelou os adversários amazonenses. Venceu o Tarumã, da segunda divisão estadual, por 4 x 0; o Holanda por 3 x 0; e, por fim, nova goleada por 4 x 0 sobre o Tarumã.
*-Por: Rafael Tomazeti, Igor Nery e Vitor Monteiro.