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sábado, abril 20, 2024
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Lutando contra o ostracismo, Campeonato Goiano Feminino começa neste domingo (14)

O Campeonato Goiano Adulto de Futebol Feminino, única competição no calendário estadual para as mulheres, terá início neste domingo (14), às 8h, na Universo, com o duelo entre o Clube Jaó, atual campeão, e a Campineira.

Mais uma vez, o torneio terá apenas três equipes, com o tradicional Aliança completando o trio. O número é, inclusive, abaixo do normalmente aceito pela Federação Goiana de Futebol (FGF), de quatro clubes participantes. A entidade, porém, abriu exceções em 2017 e 2018 para que o campeonato não deixasse de ser disputado, como aconteceu em 2016.

A luta contra a falta de estrutura segue como uma das principais bandeiras das atletas. A técnica do Campineira, por exemplo, faz duras críticas ao cenário do futebol feminino em Goiás. Segundo Cristiane Monteiro, há falta de interesse tanto da Federação quanto da imprensa.

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– Não há divulgação da imprensa e da Federação Goiana (de Futebol). Sem divulgação, o futebol feminino nunca vai crescer. A FGF não dá a estrutura que a gente precisa para disputar o Campeonato Goiano. É uma competição apagada. Este ano piorou em relação ao ano passado – critica a treinadora.

Luiz César, técnico do Aliança, tem visão semelhante à de Cristiane. O comandante aurinegro, porém, exime a FGF e prefere responsabilizar os grandes clubes e algumas atletas que, segundo ele, não têm ambição de atuar em alto nível.

– Quando os dirigentes não querem, é difícil. Há atletas também que não querem jogar em alto nível. Elas se satisfazem atuando por lazer. O Aliança pensa em alto rendimento e isso complica nossa situação. Goiás tem muitos times, muitos dirigentes, mas fica difícil disputar com essa mentalidade. A FGF é muito acessível com valores e gosta do futebol feminino. Só pode haver mudanças quando dirigentes e atletas quiserem – pondera.

Até mesmo para o atual campeão há problemas, principalmente com calendário. O Clube Jaó, que disputou a seletiva para o Brasileiro A-2 neste ano, mescla o futebol com o futsal, mantendo as jogadores atuando bem mais que a média. Nem mesmo esta medida, contudo, é suficiente para que o nível evolua, de acordo com o técnico Robson Freitas. ” As equipes não têm outros campeonatos e, portanto, estão sem ritmo de jogo. É complicado haver uma evolução”, lamentou.

O cenário de desalento faz com que muitas atletas e até mesmo a treinadora Cristiane Monteiro cogitem desistir da competição. “Eu tentarei mais uma vez neste ano. Se não houver mais visibilidade e patrocínio maior, terei que desistir. A cada ano a arbitragem é mais cara e as coisas se tornam mais difíceis”, desabafou.

Preparação

Apesar dos problemas, o amor pelo futebol deixa as atletas e comissões técnicas animadas com o início do Estadual. Como em outros anos, Jaó e Aliança devem protagonizar a luta pelo título. Com poucas modificações nos elencos, alviazuis e aurinegros largam à frente da Campineira, que modificou quase todo o plantel.

Atual campeão, o Jaó começou a se preparar há dois meses. O time tem os reforços da meia-atacante Daiane Carioca e da zagueira Maria, que vieram para disputar a seletiva para o Brasileiro A-2 e permanecem para o Estadual. Além disso, segundo a comissão técnica, uma jogadora oriunda do Tocantins deve chegar até a próxima semana. “A expectativa é fazer mais uma boa competição e levar o bicampeonato”, destacou Robson Freitas.

Atletas do Jaó comemoram título de 2017. (Foto: Rafael Tomazeti/Esporte Goiano)

No Aliança, o técnico Luiz César terá o mesmo elenco de 2017 à disposição. O clube, que só estreia no dia 21, ainda busca um ou dois reforços, mas sem muitas promessas. “Não temos recursos financeiros para buscar outras alternativas”, afirmou o comandante. O clube aurinegro mantém uma rotina de treinos desde o início do ano e acredita que isso pode ser um trunfo contra as adversárias. “Quando entramos na competição, queremos ser campeões. Respeitamos muito o Jaó e a Campineira, mas lutaremos para recuperar o título”, disse Luiz César.

Se Jaó e Aliança pouco ou nada mudaram, a Campineira vem muito modificada. Do time que disputou o Goiano Feminino em 2017, apenas quatro atletas permaneceram. A comissão técnica foi ao Tocantins e ao interior do estado buscar reforços. O elenco ainda não está fechado, mas a treinadora acredita em uma temporada melhor. “Será um grupo mais novo e mais preparado. É um plantel legal. Vamos dar um trabalho maior. Não estamos sonhando em ser campeãs, mas garanto que vamos dar mais trabalho”, comentou Cristiane Monteiro.

Rafael Tomazeti
Jornalista formado pela Universidade Federal de Goiás. Fã de esportes e apaixonado pelo estado de Goiás. Trabalhou na Rádio Universitária 870 AM, TV UFG, Rádio 730/Portal 730, Jornal Diário do Estado, Diário de Goiás e Rádio BandNews.
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