Os presidentes de Atlético-GO e Vila Nova externaram posições divergentes sobre a presença das torcidas dos dois clubes nos jogos da final do Campeonato Goiano. Enquanto Adson Batista defende que somente os adeptos mandantes estejam no estádio, Hugo Jorge Bravo fala em ir à Justiça para garantir 10% aos vilanovenses na volta.
O mandatário atleticano já havia expressado, na terça-feira (27), após a classificação, que era contrário às duas torcidas. Ele reforçou o posicionamento em entrevista à Rádio Bandeirantes nesta quarta-feira (28). “O Atlético-GO vai se resguardar e buscar todos os seus direitos para que não tenham vândalos, pessoas que destroem estádio e fazem do futebol o lado violento”, frisou.
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Adson disse ainda que vai “procurar preservar minha torcida” e citou o risco de rivais no OBA. “O estádio do Vila não tem condições nenhuma de receber visitante. Nenhuma. Se fizer um laudo de verdade, se tiver algo consistente, não pode receber visitante. Então, dentro disso, tenho minhas posições.”
Na entrevista coletiva após o triunfo sobre a Aparecidense, Hugo Jorge Bravo se disse surpreso. Ele relatou que, no ano passado, os dois conversaram e entraram em consenso sobre a necessidade de discutir o retorno das duas torcidas. O vilanovense diz que, se necessário, vai à Justiça pedir que o clube tenha direito de 10% da carga total de ingressos no Accioly.
“Como eu defendo muito essa ideia, nesta quinta-feira vamos solicitar a presença das duas torcidas e vamos verificar toda essa questão porque o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), que para mim já está até ultrapassado, até onde sei era para clássicos entre Vila Nova e Goiás. Então, nós vamos oficiar a Polícia Militar, o Ministério Público e já falei com a Federação para que seja garantido os 10% legais, que estão previstos na legislação”, disse.
“Não adianta um presidente sentar na cadeira e não autorizar. Não, vamos calçar a sandália da humildade. Lei é lei. Se tiver um TAC (para Vila x Atlético-GO), ok. Mas agora, temos que entender que existe um estatuto do torcedor que garante esse direito por lei. E se for preciso, vamos acionar a Justiça Desportiva. Entendo que está na hora de começar a repensar isso (torcida única)”, completou.
Adson Batista já havia dito que não é a vontade de Hugo Bravo que se imporá para resolver a questão. “Não é o presidente do Vila falar o que ele quer, porque ele é falastrão. Ele acha que eu sou falastrão, mas é normal, cada um tem seu perfil. Só que eu trabalho com minha consciência e vou defender meu torcedor e minha entidade”, destacou.