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Atleta goiana tem inscrição negada na Taça Brasil de Futsal por ser mulher

A jovem Maria Fernanda pode ter o sonho de jogar a Taça Brasil de Futsal interrompido. Um e-mail enviado ao Formiguinhas, clube pelo qual ela atua, pela Confederação Brasileira de Futebol de Salão (CBFS) fez a garota, de 11 anos, cair em prantos.


Isso porque a entidade máxima da modalidade no país vetou a participação dela na competição e desfez os planos da família, que já estava de passagem comprada e com malas prontas para o torneio nacional.

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Maria Fernanda é apaixonada pela bola e sempre precisou jogar com meninos, uma vez que não há categorias exclusivamente femininas na idade dela. No ano passado, ela foi campeã estadual com o Formiguinhas. Desde então a garota sonha em jogar a Taça Brasil.

Os planos de meses da família foram desfeitos com o devastador e-mail desta quarta-feira (10). Nele, a CBFS diz que, por ser do gênero feminino, Maria Fernanda não pode ser inscrita na Taça Brasil sub-11, que ocorre em setembro, em João Pessoa-PB.

A mãe da menina, Fernanda Rodrigues Alves, indignou-se e disse que a CBFS foi preconceituosa. “Não tem um motivo para ela não participar. É preconceito”, disse.

Fernanda ainda lembra que a filha não joga com meninas porque não há categorias exclusivas. Ademais, a mãe ressalta que a Federação Goiana de Futebol de Salão (FGFS) admite times mistos nesta faixa etária.

“Por que ela pode participar aqui, com a FGFS, e não pode jogar o nacional? Ela joga há anos só com meninos. Isso atrapalha a vida dela de atleta. O campeonato mais expressivo do Brasil é esse. Lutamos ano passado com unhas e dentes para poder participar e ela não pode ir por que é menina?”, questiona.

A família incentiva Maria Fernanda, que já teve convites de Atlético-MG, Athletico-PR e Santos para treinar. Por isso, fez um investimento de cerca de R$ 5 mil para ir a João Pessoa acompanhar a jovem atleta. “Comprei passagem, hotel e tudo. Agora eles vão me ressarcir?”, diz a mãe.

Treinador da jogadora no Formiguinhas, Thayson Antunes também criticou a decisão. “É o campeonato mais importante. É Brasileiro. Todo mundo quer jogar. Ela já faz parte da equipe e é importante. Vou até o fim para tentar inscrevê-la”, frisa.

CBFS diz que veto atende regulamento

A reportagem procurou a CBFS, que afirmou, em nota, que “adota em suas competições os mesmos critérios utilizados pela FIFA em suas competições: idade e gênero, não sendo realizadas competições mistas”.

A FGFS, por sua vez, diz que vai levar à entidade um pleito para que a regra seja alterada e se permita a realização de competições mistas nesta faixa etária. Contudo, esse regulamento só pode ser modificado durante a assembleia, que é realizada apenas uma vez por ano.

Caso deve ir à Justiça

A família já acionou o advogado e pretende requerer a participação de Maria Fernanda por um mandado de segurança. Caso não tenha sucesso, a mãe diz que pleiteará indenização por danos materiais e morais.

“Meu advogado vai entrar em contato com eles (CBFS). Se ainda assim não for autorizado, vou entrar tentando forçar a inscrição dela, com mandado de segurança. Se não, vou pedir danos morais. Estão prejudicando-a como atleta por ser menina”, argumenta.

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Rafael Tomazeti
Jornalista formado pela Universidade Federal de Goiás. Fã de esportes e apaixonado pelo estado de Goiás. Trabalhou na Rádio Universitária 870 AM, TV UFG, Rádio 730/Portal 730, Jornal Diário do Estado, Diário de Goiás e Rádio BandNews.
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