Poucas equipes conseguem fazer sucesso após uma reformulação durante a disputa de um campeonato. Esse é o caso do Goiânia. O Galo Carijó iniciou a Divisão de Acesso com um time e, na virada de turno, passou por muitas mudanças. Deu resultado. Foram três vitórias seguidas, nenhum gol sofrido e sete marcados.
Um pacotão de reforços foi anunciado, bem como uma lista de dispensas. Chamou atenção que a maioria dos contratados estiveram no Vila Nova recentemente, inclusive, participando do elenco campeão da Segundona estadual há dois anos. Na última partida, diante do Trindade, nove dos 11 titulares tinham passagem pelo Tigre.
O bom relacionamento do executivo de futebol, Gutemberg Veronez, com os dirigentes colorados facilitou a negociação para alguns empréstimos, como os de Hugo Galdino, Roger e Patrick Brey. Outros atletas, como Wagner Bueno, Gustavo Bastos, Leandro Bulhões, Francesco e Robston não têm mais vínculo com o Vila, mas fizeram parte do elenco na gestão de Guto.
– Já éramos um grupo no Vila Nova e conhecemos o estilo de jogo um do outro. Nosso entrosamento é muito grande. Eu, por exemplo, já conhece o jeito do Robston jogar. Já assimilamos a maneira que o companheiro joga – afirmou o volante Francesco.
O entrosamento adquirido em tempos de OBA colaborou para a arrancada alvinegra no segundo turno. Depois de um primeiro turno irregular, com duas vitórias e duas derrotas, o Goiânia venceu todas as três partidas no returno e pode confirmar a vaga nas semifinais ainda nesta quarta-feira, 19, caso a Evangélica não derrote o Trindade. Para o lateral Wanderson, também ex-Vila, o fato de o grupo se conhecer foi essencial para o bom desempenho.
– É mais fácil. São jogadores que já jogaram junto. Então, já temos entrosamento. Jogamos vários jogos juntos no Vila. Com o entrosamento fica mais fácil para achar um passe, um cruzamento. Já sabemos as características de cada um, então, as coisas acontecem – disse o lateral-direito.
Segundo goleiro menos vazado na Divisão de Acesso, Wagner Bueno chegou ainda no primeiro turno, e acompanhou de perto a evolução do Galo. Ele afirma que a reformulação foi tão bem-sucedida por conta do entrosamento prévio dos atletas. “São jogadores que já atuaram juntos. Isso é muito importante. Quando se monta um time no decorrer do campeonato, o desconhecimento é um dos complicadores. Tem dado certo”, comentou.
Planejamento
A reformulação, segundo o treinador Rogério Mancini, já fazia parte dos planos do Goiânia. O treinador conta que muitos dos atletas recém-contratados estavam empregados no início da Divisão de Acesso, o que inviabilizou que eles chegassem à Vila Olímpica anteriormente.
– Desde o início, o projeto era começar com uma equipe e reformular depois. Estávamos apenas esperando que os campeonatos desses atletas se encerrassem para que eles viessem para cá. São atletas com quem eu já trabalhei. Eu preparei a equipe para não mudar nada na parte tática, apenas encaixar as novas peças – salientou.
Mancini concorda que o entrosamento foi importante para um encaixe rápido do novo plantel, mas abre uma divergência. “Foi importante, mas talvez não seja isso o determinante. Eles têm consciência tática, entendem bem o jogo. A qualidade técnica e tática deles é o que está fazendo a diferença”, destacou.